Por que devemos estudar História?

Por que eu devo estudar História? Certamente é o que perguntam diariamente muitos estudantes quando entram numa sala de aula ou quando abrem seus livros. Qual a importância dessa matéria, afinal? Acompanhe:

Imagem: Freepik.

Parece que estudar História significa ler sobre a vida de pessoas ou civilizações que um dia viveram e morreram e nada mais. E qual a relação de povos que viveram há mais de mil anos, por exemplo, com os dias atuais? Novamente: por que estudar História?

Para entendermos um pouco da importância do estudo de História, vamos dividir esse assunto em partes.

O que é História?
Estudar História significa pesquisar, investigar, indagar sobre o passado. O primeiro historiador foi Heródoto, um grego que viveu no século IV a.C., que viajou para o Egito e começou a relatar as histórias daquele povo.

Heródoto. Fonte: imagens públicas do Google.

A ideia como História como uma ciência surgiu na Europa, no século XIX. Nesse momento, surgiram os primeiros cursos que passaram a ensinar métodos de pesquisa e que documentos históricos (fontes) deveriam ser utilizados na pesquisa histórica.

Os historiadores pesquisavam os “fatos”, os acontecimentos que julgavam mais importantes. Era a “história factual”, e as fontes utilizadas eram os chamados “documentos oficiais”, registros governamentais ou de órgãos oficiais.

Já no século XX, alguns historiadores pensavam de forma diferente. O que são “fatos importantes”? Saber sobre a vida de pessoas “comuns” e seu cotidiano não é importante?

E mais, é possível afirmar que os documentos oficiais contêm a “verdade”, que os homens que produziram esses documentos não tinham interesses pessoais, não eram sujeitos passionais?

Com base nesses questionamentos, os próprios documentos utilizados nas pesquisas mudaram? Livros, poesias, pinturas, esculturas, cartas pessoais, fotos e objetos ganharam a mesma importância dos documentos oficiais.

Como estudar História?
Muitos diziam que a História é apenas a pesquisa sobre o passado e nada mais. Hoje, podemos defini-la como um estudo que nos ajuda a entender os problemas do presente.

Para isso, é preciso pensar num movimento de rupturas e permanências, ou seja, daquilo que desaparece ou permanece no tempo, daquilo que mudou e daquilo que não mudou.

Um exemplo dessa ideia das rupturas e permanência é a questão da terra no Brasil. Como entendermos o MST ou as Ligas Camponesas sem estudarmos a ocupação portuguesa no Brasil no início do século XVI, a expulsão dos índios de suas terras e a forma de sua distribuição entre os portugueses?

O nosso subdesenvolvimento econômico também não pode ser entendido sem atentarmos para o fato de que, desde o período da Proclamação da Independência, as influências inglesas e a nossa dependência econômica marcaram o desenvolvimento econômico do país.

Não podemos pensar sobre a questão do terrorismo fundamentalista atual sem estudarmos a formação do islamismo há 14 séculos e a dominação econômica exercida pelos norte-americanos e pelas potências europeias.

Muitos são os exemplos que podemos citar sobre a presença de questões históricas antigas, boas ou ruins, e que estão presentes em nossos dias.

Quem faz a História?
Diariamente, andamos pelas ruas, entramos nos ônibus, comemos em restaurantes ou lanchonetes, entramos em prédios, lemos jornais, navegamos na internet ou ligamos a TV e o que vemos? “Nada de mais”, dirão alguns, e eu espero que você não seja um deles.

Pois é, a História está presente no nosso dia a dia e não nos damos conta. Como? Por exemplo: a grande maioria dos países hoje busca uma maior participação de seus povos na vida política, nas decisões a serem tomadas etc.

Esse regime político é a democracia e foi criado na Grécia Antiga por um ateniense chamado Clístenes, há cerca de 2.500 anos.

Clístenes. Fonte: imagens públicas do Google.

É claro que naquele período a democracia tinha um funcionamento diferente, nem todos eram considerados cidadãos, somente os atenienses, homens e maiores de 21 anos, ou seja, mulheres e estrangeiros não podiam participar das decisões e, portanto, somente alguns poucos podiam participar das decisões a serem tomadas.

Hoje, ainda não encontraram um regime político melhor, apenas tentam aprimorar a democracia.

A luta pela paz não é privilégio de nosso tempo. Muitos foram aqueles que, em suas épocas, lutaram por um mundo mais humano e mais justo. Podemos citar alguns dos mais nobres representantes dessa causa: Jesus Cristo, Mahatma Gandhi, Nelson Mandela e Martin Luther King.

Vivemos num mundo que gira em torno da Ciência e dos progressos tecnológicos. E o que seria de nós se não tivessem existido sujeitos como Arquimedes, Pitágoras, Galileu Galilei, Giordano Bruno, Isaac Newton, Albert Einstein?

As ideias desses homens que muitas vezes não foram aceitos em suas épocas, são a base da ciência que tanto admiramos e da qual necessitamos. Muitos foram os nomes que fizeram a História, alguns deles conhecidos, outros desconhecidos, mas todos admirados.

Ainda existem dúvidas sobre os construtores das grandes pirâmides (aqueles que planejaram e aqueles que trabalharam nas obras), mas a magnitude e o conhecimento lá registrados são admirados até o dia de hoje.

Quantos soldados anônimos morreram em combates acreditando estar lutando pelo bem se seu povo ou da própria humanidade? Quais os nomes dos operários que trabalharam no Ford T, realizando o sonho de milhares de norte-americanos?

Exaltamos os grandes nomes que, com suas ideias e suas criações, mudaram nossa forma de agir e o meio à nossa volta e também aqueles que trabalharam no anonimato para que essas grandes ideias pudessem ser concretizadas.

Após temos visto um pouco a respeito da historiografia e a importância do seu estudo, podemos incluir que a História nos possibilita conhecer mais sobre nós mesmos e sobre o mundo em que vivemos hoje.

Fonte:

Multimatérias. MAIA, Raul. LISTA, Eliana Maia. TUCCO. PAULA, Ivan de. ROSA, Karla Lista. São Paulo: DCL, 2006. 

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