Resenha: A Coragem de Mudar – Júlio Emílio Braz

O livro A Coragem de Mudar aborda a história de César e sua relação com a bebida, que passou de mera comemoração ao alcoolismo. Acompanhe:

Capa do livro.
Fonte: imagens públicas do Google.

Nessa estória, Júlio Emílio Braz aborda mais uma problemática social bastante atual e que causa tanto sofrimento a amigos e famílias: o alcoolismo. O próprio autor diz que gosta de trabalhar com a realidade nas suas obras para o público jovem.

Já fiz outras duas resenhas de obras de Júlio Emílio, caso queira ler, estão nos links abaixo:



A estória começa com César, um garoto de 16 anos, que está participando de uma competição de skate e vence o campeonato. Para comemorar, ele corre para abraçar sua família e sua namorada, chamada Renata e apelidada de Nata.

Nesse cenário, sua mãe Hilda se emociona e tem uma espécie de flashback sobre o passado de César e é aí que o drama começa.


Nesse flashback, Hilda se lembra do filho chegando tão bêbado em casa depois de vencer uma competição que sequer a reconhece.

Ela não tem mais forças para dar lição de moral ao filho, pois acha que qualquer coisa que disser não vai ter muito efeito.

A mãe percebeu que César começou a beber depois das vitórias nos campeonatos, parecia ser apenas para comemorar, mas ela não gostava de ver o filho bebendo.

O pai, Ricardo, não vê nada de mau em um adolescente de 16 anos chegar bêbado em casa, inclusive o primeiro “porre” de César foi com o pai.

Numa manhã, Hilda fala de sua preocupação com o marido e ele desdenha dos anseios da esposa, dizendo que não há mal em beber, já que ele mesmo bebe.

Ela reforça que beber e tornar-se viciado é bem diferente. O pai fala que o filho não iria beber “suquinho” para sempre.

Vemos no discurso de Ricardo uma falsa ideia de masculinidade relacionada à bebida, como uma prova de força, vinda de “aguentar” o álcool, ou como se a bebida fosse imprescindível para comemorações.

O próprio pai ofereceu bebida ao filho menor de idade e, mesmo depois desse hábito estar evoluindo para um vício, ele continua negando veementemente.

Muitas famílias de alcoólatras e viciados em drogas negam o vício dos parentes, com medo de encarar a realidade e todos os problemas relacionados a isso: tratamento, crise de abstinência, fofoca da vizinhança, etc.

Terminada essa conversa, cada um seguiu com suas rotinas. Até que, após mais uma competição vencida, César começou a beber para comemorar e acabou passando da conta.

Em certo momento, implicou que um outro rapaz estava piscando para sua namorada e começou a hostilizá-lo. O desentendimento logo virou uma briga mais séria.

A briga continuou de forma agressiva, assustando o irmão de César, Henrique. Nata decidiu, então, sair daquele ambiente.

Depois desse acontecimento, Hilda decide procurar uma médica para buscar alguma esperança para lidar com o problema do filho.

A médica diz que pelas características faladas, César já é um alcoólatra e pontua a tentativa do pai de fingir que nada está acontecendo.

Continuando, César está acordando de mais uma ressaca, ao passo que seu outro irmão Leonardo entra e lhe dá a notícia que seu amigo Esquilo morreu.

Os dois estavam bebendo na noite anterior, mas Esquilo decidiu pegar um carro e dirigir em alta velocidade pelas ruas e acabou batendo em um ônibus.

Imagem: Freepik.

No enterro de Esquilo, em meio aos prantos de amigos e familiares, os pais impedem seus filhos de falar com César, pois acreditam que ele é uma má influência.

A partir daí, todos os seus amigos começam a evitá-lo. Começaram a treinar em dias e horários diferentes dele. Até o treinador começou a omitir quando havia torneios, pois os pais não queriam seus filhos junto a César.

César sentiu-se abandonado pelos amigos e pela namorada e recorreu à bebida novamente. Foi andar de skate bêbado e sofreu uma queda.

No hospital em que o filho estava, Hilda pergunta à médica se não podem deixá-lo internado lá para se tratar do alcoolismo.

A médica diz que o paciente tem que querer sair do vício e deve contar com o apoio da família.

Ricardo ainda tenta negar o vício do filho, mas é convencido pela médica a acompanhar César em uma visita a uma reunião dos Alcoólicos Anônimos.

A família toda foi apoiar César na primeira reunião dos Alcoólicos Anônimos, deixando claro que ele não estava sozinho, então ele adentrou naquela sala.

Deixando o flashback, Hilda volta para aquele abraço apertado do começo da estória. Ela se lembra que em dois dias César completaria seis meses longe das bebidas.

Agora, depois de se recuperar, César ganhou de volta a família, a namorada e as competições de skate.

Agora ele entendeu que a bebida havia tirado dele tudo que ele mais amava e que precisaria se manter em constante vigilância para não voltar ao fundo do poço novamente.

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