Resenha de Helena em mangá – Studio Seasons

O Studio Seasons adaptou a obra Helena de Machado de Assis para uma versão em quadrinhos no estilo mangá, o que é uma ótima opção para quem quer entrar em contato com os clássicos, mas acha a linguagem muito difícil. Acompanhe:

Capa e contracapa do mangá. Fonte: Studio Seasons.

O mangá possui linguagem mista: mistura o verbal e o não verbal. Dessa forma, podemos ver as expressões dos personagens, movimentos, roupas e cenários. Esse conjunto facilita nosso entendimento, o que torna os quadrinhos acessíveis ao público de todas as idades.

Foi pensando nisso que o Studio Seasons trouxe a adaptação de uma obra machadiana. Muito interessante a escolha deles, uma vez que a obra se passa em 1850 e os clássicos não são a primeira escolha de leitura de muitas pessoas.


Não pense que, pela idade da obra, ela se torna difícil de entender, já que o recurso visual é de grande ajuda. Os diálogos originais foram mantidos quase na íntegra, tendo o estúdio se preocupado em fazer notas de rodapé quando aparece alguma expressão estranha a nós.


A obra é ricamente ilustrada. As roupas típicas do século XIX são cheias de detalhes, principalmente os vestidos de Helena. Os cenários do interior, as casas nas fazendas e os próprios personagens são todos primorosos.

A história é contada num único volume com 256 páginas, tendo capa e contracapa adornados com Helena e Estácio. As folhas internas são grossas e brancas e a letra tem um bom tamanho.  

A história começa com a morte do conselheiro Vale. Em seu testamento, ele reconhece Helena como filha. Agora ela iria viver na casa que antes pertencia a ele, junto com Estácio (que agora é seu irmão) e tia Úrsula.

Inicialmente ficaram um pouco apreensivos sobre como seria o caráter da moça, mas pouco a pouco foi conquistando todos da casa com sua doçura.

Ficou muito amiga de Estácio, por terem vários gostos em comum, como ler e cavalgar. Em uma dessas cavalgadas, Helena fica apreensiva ao chegar próximo a uma humilde casa com uma bandeira azul.

Estácio percebe também que ela recebe cartas e que sai para cavalgar sem ele pelo caminho que leva à casa da bandeira azul. Ele começa a desconfiar que sua irmã possui um segredo.

Dr. Camargo, ciente do passado de Helena, usa esse fato para chantageá-la, a fim de que ela pressione Estácio para pedir Eugênia em casamento, filha do médico.

Camargo também tenta persuadir Estácio a se tornar deputado, tudo para seu próprio benefício.

Após Estácio fazer o pedido a Eugênia, uma parente da noiva adoece e todos vão visitá-la. Estácio pede que um amigo seu, Luís Mendonça, visite sua irmã na ausência dele.

Mendonça foi se afeiçoando a Helena e manda uma carta para Estácio a fim de conseguir sua aprovação para o noivado. O jovem volta e fica furioso com a concordância passiva de sua irmã, uma vez que ela lhe revelara que amava alguém, mas era um amor impossível.

Depois de uma discussão com Mendonça, ele desiste do casamento. Estácio flagra Helena conversando com um homem na casa da bandeira azul. Fica cego de ciúmes e só aí percebe que ama sua irmã.

A moça lhe entrega uma carta que revela que o homem naquela casa era seu pai. Procurado por Estácio, ele revela que, durante uma viagem, sua esposa viu-se abandonada e casou-se com o conselheiro do Vale, que assumiu Helena como sua filha.

Ele se contentou em acompanhar a menina de longe, uma vez que o conselheiro poderia oferecer melhores condições de vida a ela, já que ele estava falido.

Temendo um escândalo, o pai de Helena sumiu e, não havendo documentos que provassem a paternidade dela, ainda era irmã de Estácio e não poderiam viver o amor que nutriam um pelo outro.

Com toda essa situação, Helena teve uma crise nervosa e foi ficando cada vez mais fraca. Estácio tentou procurar pelo pai dela para reanimá-la, mas não houve tempo. A moça sucumbiu e Estácio deu-lhe o primeiro beijo de amor no caixão, como despedida.

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