Inclinação do eixo da Terra e as estações do ano

A atual distribuição das estações no decorrer do ano acontece por um acaso astronômico: o eixo de rotação da Terra é levemente inclinado em relação ao plano do Sol. Esse detalhe, definido há bilhões de anos, faz algumas regiões ganharem mais calor do que outras, dependendo dos meses do ano. Acompanhe:

Imagens: Freepik.

Como sabemos desde os primeiros anos da escola, a Terra tem uma forma esférica. Esse formato de bola de futebol traz uma consequência óbvia: os raios solares batem diretamente nas regiões próximas à linha do Equador.

Quanto mais nos afastamos do meio do planeta, maior é a inclinação com que os raios solares chegam à superfície terrestre. Nascem, assim, diferentes zonas climáticas: polares (mais frias), temperadas (entre os círculos polares e os trópicos) e tropicais (regiões quentes entre o Trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio).

Tem mais: a Terra é uma esfera com o eixo levemente inclinado em relação ao Sol. Por isso, durante os 365 dias do ano (temo que a Terra leva para efetuar um movimento completo de translação ao redor da estrela), os raios solares chegam com mais ou menos intensidade no Hemisfério Sul e no Hemisfério Norte.

A partir de dezembro, os raios solares batem perpendicularmente no Hemisfério Sul. Começa, assim, o verão nas regiões que estão abaixo da linha do equador.

Em junho, é o contrário. Enquanto o Sul vive o inverno, o Hemisfério Norte recebe os raios solares com mais intensidade, abrindo-se para o verão.

Pelo mesmo motivo, a duração do dia e da noite muda de acordo com os meses. No verão de cada hemisfério, os dias são mais longos; no inverno, mais curtos.

O dia mais curto do ano ganha o nome de solstício de inverno – no Norte, ele ocorre entre 21 e 23 de dezembro; no Sul, entre 21 e 23 de junho. Nas mesmas datas, mas com os hemisférios trocados, acontecem os solstícios de verão, quando os habitantes dessas regiões experimentam os dias mais longos do ano.

A diferença entre a duração do dia e da noite cai durante a primavera e o outono. Em 20 ou 21 de março e 22 ou 23 de setembro, eles têm exatamente 12 horas. Nessas datas, que ganham o nome de equinócios, os hemisférios são iluminados por igual.


E se o eixo da Terra não fosse inclinado?
Se o eixo da Terra fosse perpendicular ao Sol, cada região do planeta receberia a mesma quantidade de calor durante o ano todo e o clima seria sempre o mesmo. A falta de variação reforçaria os climas em cada região.

Os trópicos seriam ainda mais quentes e riquíssimos em vida vegetal e animal (as horas a mais de Sol favoreceriam a fotossíntese). As regiões de clima temperado que, no Brasil, vai de São Paulo ao Rio Grande do Sul, viveriam uma eterna primavera. E os polos, onde só haveria um sol fraquinho o ano todo, ficariam frios e desertos.

O que aconteceria se as estações do ano não existissem mais?
A falta de estações do ano mudaria a rotina do mundo animal. As grandes migrações de baleias e pássaros, por exemplo, não existiriam. Afinal, o que faz os gansos voarem por milhares de quilômetros todos os anos é o inverno e a escassez de comida.

As baleias que chegam à costa brasileira, por sua vez, aparecem por aqui no inverno para se reproduzirem em águas mais quentes que as da Antártida.  

A falta de estações do ano teria até mesmo implicações históricas. Não fosse o inverno inclemente que castigou as tropas nazistas na União Soviética, durante a Segunda Guerra Mundial, Hittler provavelmente venceria a batalha de Stalingrado, e a Alemanha dominaria a Rússia.

Com essa vitória, os nazistas teriam mais força para enfrentar os americanos – o que poderia mudar o desfecho daquele conflito.

Fontes:

Ciências Humanas – Geografia 1 / Abril Coleções – São Paulo: abril de 2010.

Revista SUPERINTERESSANTE, julho de 2003.

 - Veja também: 

Estalactites e estalagmites: a arte da água nas cavernas 


Carbono, compostos orgânicos e a origem da vida 

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2 Comentários

  1. Adorei esse blog! Respondeu minhas dúvidas na lição de casa direitinho

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